Em período de seca, mineradoras têm prioridade no uso da água

Em época de racionamento de água em vários estados, Minas Gerais não anda atrás. Até o início da semana, 155 cidades mineiras haviam decretado situação de emergência em razão de estiagem prolongada, segundo Boletim da Defesa Civil. Para estudiosos, a seca está sendo agravada por empreendimentos que utilizam milhões de litros de água.
Em Minas Gerais, o maior problema tem sido o aumento da atividade de mineração, segundo afirma Luiz Paulo Guimarães, da coordenação estadual do Movimento Nacional pela Soberania Popular frente à Mineração (MAM). “É um contrassenso. Na mesma medida em que está faltando água na casa das famílias mineiras, o governo está liberando a implantação de minerodutos”, diz.
Os minerodutos, espécie de tubos que levam minério de ferro direto da mina ao porto, são três já implantados e cinco em implantação no estado. O jornalista e ambientalista Gustavo Tostes Gazzinelli, que é membro do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, relata que cada um dos minerodutos vai utilizar volume de água que abasteceria 250 mil pessoas. A quantidade de água abasteceria 2 milhões de pessoas, o suficiente para complementar o atual quadro de estiagem.
Rafella Dotta
Belo Horizonte (MG)
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