Luta e resistência na Ocupação William Rosa em Contagem.

Moradores da comunidade William Rosa, localizada em Contagem ocuparam o gabinete da presidência em Belo Horizonte, localizado à rua da Bahia 2500, 11º andar. Os moradores solicitaram a retomada da mesa de negociações envolvendo o Ministério das Cidades, ou outro órgão que represente o Governo Federal, Governo do Estado de Minas, Prefeitura de Contagem e Ceasa Minas. Com o intuito de pressionar os deputados estaduais e o presidente do Ceasa Minas (Adalcleves Lopes – PMDB), os morados seguiram para a Assembleia Legislativa, onde conseguiram uma vitória parcial. Foi marcada para quarta-feira (22/06/2016) uma reunião com os representantes do Ceasa Minas e os moradores além de ter sido acordado que não haverá despejo até a data da reunião.

Breve histórico:
Existe um acordo assinado entre moradores da William Rosa, Ceasa Minas (que t
em a suposta posse do terreno), Governo de Minas, Prefeitura de Contagem e Governo Federal (assinado antes de Temer assumir interinamente). No mesmo, a Prefeitura de Contagem se comprometeu em ceder um terreno e o Governo Federal a destinar recursos para a construção de moradias populares para as famílias. O Governo do Estado garantiria o projeto de construção via Cohab e Governo de Estado e Ceasa viabilizariam as moradias das famílias enquanto não se desse a construção, visto que as famílias que moram na área possuem renda entre 0 a 1,5 salário mínimo. 
No final de maio, os moradores foram surpreendidos com uma solicitação por parte do Ceasa Minas ao juiz responsável pelo caso para que expedisse novo mandato de despejo. São 1600 pessoas de baixa renda que não têm para onde ir. Moram no local há três anos e não têm a menor condição de arcar com um aluguel, ainda mais diante da grave crise de desemprego que assola o país.
O Ceasa alega urgência em implantar no terreno um plano de expansão. Tal urgência não se comprova na realidade visto que a licitação que concedeu a uma empresa privada o direito de construção e exploração da área está sob contestação do Ministério Público. Além disso, o Ceasa Minas possui, ao lado do terreno ocupado, outra área de aproximadamente 350 mil m² que permanece intacta.
Lembramos que o Ceasa é uma empresa do Governo Federal e que portanto o terreno é de responsabilidade deste. A área estava abandonada, e o projeto de expansão só apareceu após as famílias se instalarem no mesmo. 
As famílias só querem o direito a uma moradia, não podemos acreditar que as três esferas de governo sejam incapazes de achar uma solução digna. A ação violenta de despejo colocará centenas de vidas em risco e não pode ser a saída apontada por governantes. 
Se o mais trágico acontecer as mãos do governo Temer, do PMDB mineiro (a quem coube indicar a presidência do CEASA), do governador do estado e do prefeito de Contagem estarão sujas de sangue.
Despejo é covardia, queremos moradia.

Atenciosamente,
Coordenação da Comunidade William Rosa!

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