“A gente quer a vida da gente e a água também a gente quer”: Transformações nos usos tradicionais da água pelo empreendimento minerário Minas-Rio, em Conceição do Mato Dentro, MG

O empreendimento Minas-Rio, da empresa Anglo American, compreende uma mina de
minério de ferro e estruturas adjacentes em Conceição do Mato Dentro, Alvorada de
Minas e Dom Joaquim (MG); o maior mineroduto do mundo, com 529 quilômetros de
extensão; e o Porto do Açu, no Rio de Janeiro, estrutura final. A chegada do
empreendimento deflagrou um dos mais graves e significativos conflitos ambientais da
atualidade em Minas Gerais. Desde as fases de pesquisa do empreendimento, antes
mesmo de obtenção da Licença Prévia, já haviam denúncias relacionadas aos efeitos
socioambientais e violações de direitos humanos.

Uma das transformações mais significativas é o secamento e destruição de nascentes,
assoreamento e poluição dos cursos d’água . Para manutenção dos regimes de produção
e reprodução social, as fontes de água são essenciais, e as comunidades têm se
defrontado com a pouca disponibilidade e a má qualidade da água dos córregos e
nascentes que as abastecem, impossibilitando suas formas de ser e fazer. Nesse sentido,
o presente trabalho tem como objetivo compreender as transformações nos usos
tradicionais da água na Família Faustino, que se encontra na comunidade de Água
Quente, um dos casos dos casos mais emblemáticos no que diz respeito à questão da
água, no que tange as comunidades situadas no entorno do Minas-Rio.

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