“AQUI NÃO É O NOSSO LUGAR”: Efeitos socioambientais, a vida provisória e o processo de (re)construção de Paracatu de Baixo, Mariana/MG

O modelo de desenvolvimento neoextrativismo no Brasil vem se concretizando a partir do processo de “violência das afetações”, que tem contribuído para a uma rápida transformação das economias locais e regionais, destruição de biomas e ecossistemas, deslocamento compulsório que subtrai modos de ser, fazer e viver singulares nos territórios. (ZHOURI et al, 2016). Diante deste contexto, o rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015, provocou danos incomensuráveis ao longo de toda a bacia do Rio Doce. Entre esses efeitos provocados, está a destruição do território de Paracatu de Baixo, localizado em Mariana/MG. Desde os primórdios do desastre as vítimas são colocadas em mesas de negociações com as rés do processo (Samarco, Vale e BHP Billiton), perpetuando o desastre sob suas vidas. O reassentamento foi uma conquista através das lutas diárias, porém a morosidade em que o processo é conduzido coloca os atingidos em um cenário de incertezas quanto ao futuro. O presente trabalho tem como objetivo buscar analisar o processo de negociação do reassentamento da comunidade de Paracatu de Baixo, com intuito também de tratar da vida provisória dos atingidos no centro urbano de Mariana e seus efeitos comparados ao antigo modo de vida estruturado nos moldes do campesinato na localidade de origem.

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