Atividade de Extensão do GESTA-UFMG premiada na Semana do Conhecimento

Durante do XXI Encontro de Extensão da UFMG, o trabalho “Sabe de uma coisa que eu quero marcar? A saudade que nunca acaba: a cartografia comunitária de Paracatu de Baixo como instrumento de compreensão das afetações desencadeadas pelo desastre da Samarco”foi selecionado como Destaque de Extensão em 2018 na Semana do Conhecimento da UFMG. A cerimônia de encerramento e premiação ocorreu no Auditório da Reitoria da UFMG. O trabalho foi apresentado pelos alunos Ilklyn Barbosa da Silva e Maryellen Milena de Lima, ambos pesquisadores e bolsistas de extensão do núcleo. Sob a orientação e coordenação das professoras Andréa Zhouri (DAA-FAFICH) e Raquel Oliveira (DSO-FAFICH), o trabalho premiado expôs os resultados da Cartografia Comunitária realizada pelo GESTA-UFMG junto aos atingidos pelo desastre da Samarco na comunidade de Paracatu de Baixo (Mariana-MG).

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No âmbito do Programa de Extensão “Observatório dos Conflitos Ambientais”, o GESTA vem acompanhando e analisando, desde 2016, os encaminhamentos institucionais ao desastre da Samarco. Face ao processo de reassentamento, observou-se que a utilização da cartografia convencional terminava por elidir importantes elementos da territorialidade dos grupos atingidos. A equipe se dedicou, então, à construção de uma metodologia participativa que visava evidenciar os múltiplos aspectos da despossessão resultante do desastre. O eixo do trabalho foi reconhecer e ter como ponto de partida o conhecimento espacial e ambiental das populações locais, colocando-o em interlocução e composição com as formas convencionais de representação espacial. Para tanto, fez-se imprescindível o envolvimento direto das famílias durante todo o processo. Os acervos familiares produzidos e já disponibilizados às famílias participantes contém a sistematização dos dados georreferenciados e as narrativas produzidas pelos moradores acerca de seis dimensões priorizadas: morada e quintais; vizinhança e parentesco; trabalho; lugares de memória; festas e religiosidade e vivência do desastre. No espírito da extensão universitária, o trabalho constituiu-se como uma construção colaborativa orientada para o reconhecimento de direitos, superando, assim, os propósitos de mensuração de ‘impactos’. Valorizou-se, portanto, não apenas o produto final (os mapas e acervos), mas o processo de reflexão e construção conjunta, enquanto instrumento que desencadeia o agenciamento da memória coletiva no transcurso da discussão sobre a natureza das perdas enfrentadas.

 

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